domingo, 9 de junho de 2013

UM SONHO DE SERTANEJO



 
 
UM SONHO DE SERTANEJO

 Parece que brota da secura do chão,
e se levanta a lua dourada, cria da terra,
para despejar a luz por toda essa solidão.
Ora em vez, em banho de prata invade o sertão,
branqueando os galhos toscos e desfolhados.
O chão quente ardendo como brasa
segue os dias bafejando mormaço,
e faz de pedra o fundo seco do açude.
Há que ter fibra para vencer o sofrimento,
faz assim o cardeiro, e, também, o xique-xique
na caatinga, em agonia, implorando uma chuvinha.
Mas diz a flor do mandacaru que ela vem,
e, benfazejo, São Francisco eu já te vejo,
refletindo a grande lua e matando a sede dessa terra.

MATER MATIS ET REGINA ET CAPUT (mãe, rainha e líder)




MATER MATIS ET REGINA ET CAPUT
(mãe, rainha e líder)

Pela manhã é sol
e à noite é lua.
Às vezes operária,
outras tantas é rainha.
Para os seus se despe de toda a vaidade,
das vestes que lhe impõe a sociedade.
Alicerce emocional na estrutura familiar,
enquanto mãe é manancial para o sustento,
uma fêmea como qualquer outro animal.
Realiza-se no prazer de conceber que o homem não tem,
no seu colo aconchegante choram a dor e o sofrimento.
Tem que ser mãe, esposa e profissional a cada momento,
mas o beijo carinhoso dos seus é bônus reconfortante.
Apesar das resistências construiu sua identidade
e tem hoje novos anseios e desejos,
tentando buscar o seu espaço
de reconhecimento e de afeto,
de descoberta e de criação,
de respeito e acolhimento,
para atingir a plenitude.